Apesar dos inúmeros avanços recentes nas terapias contra o câncer, a doença é a segunda casa de morte no planeta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), fez 10 milhões de vítimas em 2020. O dado basta para entender a campanha promovida pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da OMS. O objetivo é aumentar a conscientização da sociedade civil e influenciar os governos para que se mobilizem contra a doença.
“Fechar a lacuna de cuidados” é o tema da campanha no triênio 2022-2024, que enfatiza a questão da equidade em relação à prevenção e ao tratamento, problema que afeta sobretudo os países pobres e em desenvolvimento.
Neste ano o destaque são os investimentos na prevenção da doença e seu impacto na economia global. Segundo a UICC, investir US$ 11,4 bilhões em estratégias de prevenção gera uma economia de US$ 100 bilhões em tratamentos. A cifra é relevante, pois o total de gastos globais com o câncer em todo o mundo é estimado hoje em US$ 1,16 trilhão – equivalente a 72% do PIB do Brasil em 2021.
Cerca de 10 milhões de pacientes em todo o planeta se submetem hoje à quimioterapia contra o câncer e serão 15 milhões em 2040. Calcula-se que os pacientes de países de baixa e média renda representarão dois terços do total.
Esse cenário futuro preocupante tem sólidas raízes no presente: 70% das mortes globais por câncer acontecem nesses países e 90% de seus pacientes com câncer não têm acesso a serviços de radioterapia, um dos principais métodos de tratamento da doença. Os países de baixa e média renda gastam apenas 5% dos recursos globais para prevenção e controle do câncer.
No Brasil, as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o triênio 2023-2025 indicam que o país registrará 704 mil novos casos anuais da doença, marca 12,7% superior à do período 2020-2022. As regiões Sul e Sudeste devem concentrar cerca de 70% dos casos.
Esses números evidenciam a magnitude dos desafios que envolvem o combate à doença, principalmente os obstáculos ao acesso, aos tratamentos e ao diagnóstico precoce, que pode curar cerca de 30% dos casos de câncer.
O tumor maligno mais comum no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), intestino grosso e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). A doença é responsável por 280 mil óbitos por ano no país.
O déficit de equidade no acesso à prevenção e tratamento do câncer está custando vidas. Os pacientes encontram barreiras a cada passo. Renda, educação, localização geográfica e discriminação com base em etnia, raça, gênero, orientação sexual, idade, deficiência e estilo de vida são apenas alguns dos fatores que podem afetar negativamente o atendimento.
Os grupos mais desfavorecidos também são mais propensos a ter maior exposição a uma série de outros fatores de risco, como tabaco, dieta pouco saudável ou riscos ambientais. Para enfrentar esse quadro, é fundamental desenvolver políticas públicas de saúde mais amplas e eficazes, capazes de assegurar a esses grupos o acesso prioritário ao tratamento.
Autor: Edilmar Moura – Médico e professor de Medicina da Universidade Potiguar (UNP)
Foto: Freepick.
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