Artigo Casa Durval Paiva: Reabilitação de crianças com tumores de sistema nervoso central (SNC)

Os tumores de SNC podem ser classificados como tumores primários (alterações das próprias células nervosas) ou secundários (metástases). Na infância, os tumores de SNC são considerados os tumores sólidos mais frequentes.

Suas manifestações clínicas variam de acordo com a localização do tumor, o tipo de células e idade da criança. As mais frequentes são: dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, alterações motoras e de equilíbrio, déficit visual ou auditivo, disfagia (dificuldade para engolir), afasia (dificuldade para se comunicar) e alteração de comportamento.

Os tumores de SNC correspondem a condições complexas que exigem tratamentos especializados. A fisioterapia desempenha um papel fundamental na reabilitação e melhoria da qualidade de vida desses pacientes. Os principais objetivos são melhorar a mobilidade, fortalecer músculos, prevenir complicações (úlceras de pressão, contraturas), reduzir dor e desconforto, melhorar equilíbrio e coordenação, além de promover a independência.

Várias técnicas específicas podem ser utilizadas como a cinesioterapia (exercícios terapêuticos) que envolve desde o exercício de mobilidade passiva como também os exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e treinamento de equilíbrio e coordenação. Pode ser feita a prescrição de órteses, como coletes, e dispositivos auxiliares, como andadores e cadeiras de rodas. O paciente também pode se beneficiar da hidroterapia (exercícios em piscina aquecida) e eletroterapia (estimulação elétrica neuromuscular).

A atuação da fisioterapia pode iniciar desde o momento do diagnóstico, passando pelos períodos pré e pós-operatório, e segue para promover a melhora da função motora, da qualidade de vida e conforto. É fundamental que a atuação fisioterapêutica aconteça de forma integrada com os demais membros da equipe multidisciplinar para que o paciente seja tratado em sua integralidade. Outro fator importante é tornar a conduta leve e divertida com jogos e brincadeiras. Afinal de contas, são crianças. E brincar é mais do que uma estratégia na reabilitação. É um direito de toda criança, independente do seu estado de saúde.

Algumas situações podem ser desafiadoras, como limitações cognitivas e características individuais de resposta ao tratamento, por isso é importante elaborar um plano de tratamento que respeite as condições de cada paciente.

Em alguns casos há a necessidade frequente de adaptações da conduta e o paciente, junto com sua família, devem ser estimulados a serem ativos no processo de reabilitação, com autonomia para expressar o que preferem, o que faz sentido diante do adoecimento e da reabilitação.

Cinthia Moreno – Fisioterapeuta Casa Durval Paiva – CREFITO 83476-F.

Tags: Casa Durval Paiva, Saúde

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